15 de maio de 2007

Desnutrição de crianças indígenas

Pesquisa realizada pelos professores Edson dos Santos Farias e Orivaldo Florêncio de Souza, do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Acre, indica que 76,3% das crianças indígenas Kaxinawá das aldeias Caucho (Rio Muru) e Paroá (Rio Envira) apresentavam desnutrição crônica. Este valor é extremamente elevado, quando comparado com outros estudos realizados com indígenas de outras regiões do Brasil. Entre os Suruí, a desnutrição é de 46,3%, entre os Baré 45,4% e entre os Xavantes 9%.

Em relação ao peso para estatura, os Kaxinawá mostraram contingente percentual mais elevado de desnutrição aguda (14%) do que outras crianças indígenas de outras regiões do país: Suruí (6,6%), Alto Xingu (7,5%), Yanomami (7%), Xavantes das Terras Indígenas de Sangradouro (1,1%) e Terras Indígenas de São Marcos (0,7%).

Tendo como base os resultados do estudo realizado, os pesquisadores verificaram que existe uma prevalência de índice de gordura corporal baixo em ambos os sexos (masculino: 83,7% e feminino: 62%), podendo ocorrer deficiências no crescimento e desenvolvimento das crianças. No que se refere ao estado nutricional, foi observado uma prevalência da desnutrição pregressa (E/I), que foi de 76,3%, seguida de crônica (P/I) que foi de 47,3% e a aguda (P/E), que foi de 14%.

Eles concluem o estudo sugerindo uma intervenção em ambas as aldeias com o objetivo de minimizar a situação. Segundo eles, é necessário um programa de subsistência para as crianças indígenas, que, segundo os pesquisadores, correm o risco de se tornarem adultos improdutivos.

Clique aqui para ler na integra: Adiposidade corporal e estado nutricional em aldeias indígenas da tribo Kaxinawa no sudoeste da Amazônia, Estado do Acre, Brasil. Por Edson dos Santos Farias e Orivaldo Florêncio de Souza, Professores da Universidade Federal do Acre, Departamento de Educação Física, Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Movimento Humano. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho. Hum. 2005;7(2):36-43.

Repassado do blog Ambiente Acreano, do pesquisador Evandro Ferreira.

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