Sinaá e o fim do mundo
"Sinaá, o mais poderoso pajé da tribo Juruna, era filho de mãe índia e pai onça. Do felino herdara o poder de enxergar também pelas costas, o que lhe permitia observar tudo o que se passava ao seu redor. Caminhava com sua gente por toda a região, ensinando a seus companheiros serem bons e bravos. Seu povo alimentava-se de farinha de mandioca, raspa de madeira, jabutis e sucuris, cobras imensas que habitavam na água. Certa vez, uma enorme sucuri foi capturada e queimada por haver devorado diversos índios. Inesperadamente brotaram de suas cinzas diversas espécies de vegetais, como a mandioca, o milho, o cará, a abóbora, a pimenta, e algumas plantas frutíferas, até então desconhecidas para aquela tribo.
Foi um pássaro surgido do céu que os ensinou a utilizar e preparar tais alimentos e também a fazê-los multiplicar-se. A partir daquele dia, fartas roças se formaram. Para garantir o sustento de seu povo, Sinaá, face às fortes chuvas e à ameaça de grande inundação, construiu uma imensa canoa, onde plantou mudas de cada espécie. Em poucos dias o rio transbordou e a enchente cobriu toda a região, mas o grande pajé livrou seu povo da fome. Já mais velho, Sinaá casou-se com uma aranha, que lhe teceu novas vestes pra melhor abrigá-lo. Chegando a atingir idade bastante avançada, já ostentava longas barbas brancas. Seus poderes, porém, permitiam-lhe remoçar a cada banho de cachoeira, para que pudesse viver até o fim de seu povo, como tanto queria. Quando isso ocorresse, Sinaá derrubaria a forquilha de uma enorme árvore que apontava para o céu, sustentando-o. O céu desabaria sobre todos os povos e o mundo teria o seu fim."
Yudjá é a autodenominação do povo mais conhecido como Juruna, nome de origem estrangeira que, segundo a antropóloga Tânia Lima, significa “boca preta”, por uma possível tatuagem ao redor da boca que os antigos usavam quando da invasão de sua terra na época da fundação da cidade de Belém (PA), em 1615. Yudja é a autodenominação em que eles próprios se designam os “donos do rio”.
O povo Yudja é do tronco lingüístico Tupi. Residem no território do Parque Indígena do Xingu desde tempos anteriores à sua criação. Somam 240 habitantes, segundo levantamento realizado em 2005 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e vivem atualmente em três aldeias próximas do rio Manitsaua. Fora do PIX localiza-se outra aldeia Yudja chamada Paquissamba, próxima à cidade de Altamira (PA).
Pesquisas apontam que eles residiam no baixo curso do rio Xingu e progressivamente foram subindo devido a guerras com os Kaiapó e à pressão de seringueiros que se aproximavam ou invadiam seu território. Este território tradicional, hoje, está circunscrito na TI Capoto Jarinã, pertencente aos Metyktire. Este povo é produtor, por excelência, de canoas e do caxiri (yakuha, na língua Yudja), bebida fermentada a base de mandioca. Em sua cultura há um rico repertório de festas cantadas por vozes.
Fonte: ISA e Escola Vésper (Estudo Orientado). Veja também, no blog de Tatiana Cardeal, "Yudjá song´s guardian", e conheça o livro "Um Peixe Olhou Para Mim", de Tania Stolze Lima (Unesp).
Foi um pássaro surgido do céu que os ensinou a utilizar e preparar tais alimentos e também a fazê-los multiplicar-se. A partir daquele dia, fartas roças se formaram. Para garantir o sustento de seu povo, Sinaá, face às fortes chuvas e à ameaça de grande inundação, construiu uma imensa canoa, onde plantou mudas de cada espécie. Em poucos dias o rio transbordou e a enchente cobriu toda a região, mas o grande pajé livrou seu povo da fome. Já mais velho, Sinaá casou-se com uma aranha, que lhe teceu novas vestes pra melhor abrigá-lo. Chegando a atingir idade bastante avançada, já ostentava longas barbas brancas. Seus poderes, porém, permitiam-lhe remoçar a cada banho de cachoeira, para que pudesse viver até o fim de seu povo, como tanto queria. Quando isso ocorresse, Sinaá derrubaria a forquilha de uma enorme árvore que apontava para o céu, sustentando-o. O céu desabaria sobre todos os povos e o mundo teria o seu fim."
Yudjá é a autodenominação do povo mais conhecido como Juruna, nome de origem estrangeira que, segundo a antropóloga Tânia Lima, significa “boca preta”, por uma possível tatuagem ao redor da boca que os antigos usavam quando da invasão de sua terra na época da fundação da cidade de Belém (PA), em 1615. Yudja é a autodenominação em que eles próprios se designam os “donos do rio”.
O povo Yudja é do tronco lingüístico Tupi. Residem no território do Parque Indígena do Xingu desde tempos anteriores à sua criação. Somam 240 habitantes, segundo levantamento realizado em 2005 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e vivem atualmente em três aldeias próximas do rio Manitsaua. Fora do PIX localiza-se outra aldeia Yudja chamada Paquissamba, próxima à cidade de Altamira (PA).
Pesquisas apontam que eles residiam no baixo curso do rio Xingu e progressivamente foram subindo devido a guerras com os Kaiapó e à pressão de seringueiros que se aproximavam ou invadiam seu território. Este território tradicional, hoje, está circunscrito na TI Capoto Jarinã, pertencente aos Metyktire. Este povo é produtor, por excelência, de canoas e do caxiri (yakuha, na língua Yudja), bebida fermentada a base de mandioca. Em sua cultura há um rico repertório de festas cantadas por vozes.
Fonte: ISA e Escola Vésper (Estudo Orientado). Veja também, no blog de Tatiana Cardeal, "Yudjá song´s guardian", e conheça o livro "Um Peixe Olhou Para Mim", de Tania Stolze Lima (Unesp).
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