Revelações (I)
DREAM DANCE
“A Dream-Dance é uma formação religiosa que preconiza a unidade intertribal dos índios sem distinção de origem, o fim de toda hostilidade e luta entre os vários grupos locais. (...) Trata-se de uma dança que se repete nas estações (as mais importantes são as celebrações de primavera e do outono), ou ocasionalmente (semanalmente – por influência cristã – ou por ocasião de nascimentos, curas etc.), e conserva íntegro o seu conteúdo pagão. É um rito destinado a estabelecer uma relação imediata entre os participantes e o Grande Espírito, a fim de impetrar – mediante cantos, danças, invocações – a prosperidade, a abundância, o bem-estar. (...)
“A Dream-Dance é uma formação religiosa que preconiza a unidade intertribal dos índios sem distinção de origem, o fim de toda hostilidade e luta entre os vários grupos locais. (...) Trata-se de uma dança que se repete nas estações (as mais importantes são as celebrações de primavera e do outono), ou ocasionalmente (semanalmente – por influência cristã – ou por ocasião de nascimentos, curas etc.), e conserva íntegro o seu conteúdo pagão. É um rito destinado a estabelecer uma relação imediata entre os participantes e o Grande Espírito, a fim de impetrar – mediante cantos, danças, invocações – a prosperidade, a abundância, o bem-estar. (...)
Foi uma mulher sioux – conta o mito – que fundou a cerimônia entre os Chippewa, antigos inimigos dos Sioux. Não é por acaso que, entre os cantos da cerimônia, há um grupo intitulado ‘Aperto de mão dos Chippewa com os Sioux’: são cantos que celebram a pacificação entre tribos adversas, realizada em nome da nova religião pela sua fundadora.
Eis o que narra o mito (...). No curso de um massacre perpetrado pelos brancos contra um grupo de Sioux – estávamos em 1878 – uma jovem, para fugir à morte certa, jogou-se nas águas de um lago, onde foi obrigada a permanecer durante muito tempo escondida – pois os soldados americanos estavam acampados nas proximidades – imersa entre os juncos e privada de todo auxílio. Nesta altura – quando já se encontrava no extremo das forças – veio a ela uma visão e uma voz do Grande Espírito, que lhe ensinou as formas da nova religião – a Dream-Dance – ordenando-lhe que a divulgasse entre as tribos índias. A Dança do Sonho devia substituir os ritos arcaicos, o seu grande tambor teria suplantado os tambores menores antes empregados cerimonialmente. As velhas formas religiosas – diz-se no mito – se mostraram inadequadas a manter distantes os espíritos maus. As instruções religiosas dadas pela fundadora giravam em torno do novo cânone ético de união pacífica de todos os índios. A fundadora realizava esta exigência com o primeiro ato formal de pacificação, levando diretamente aos Chippewa – ela, de origem sioux – a nova religião. Seja a tradição das origens, seja a personagem da fundadora aparecem com os traços tipicamente exemplares e intensamente simbólicos próprios dos mitos.”
FONTE: LANTERNARI, Vittorio. “As Religiões dos Oprimidos – Um estudo dos modernos cultos messiânicos”. São Paulo: Perspectiva, 1974. Col. Debates, v.95.(págs. 126-128)
Um comentário:
Muito interessante. Será que a Dream Dance ainda tem seguidores?
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