10 de novembro de 2009

Rapé dos Apurinã

Antônio Milena/AE
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Flademilson Apurinã, agente de saúde índígena da Funasa, prepara o rapé, com folha que, na crença indígena, é boa para gripe, na aldeia indígena dos Apurinã, em Tapuã, no Amazonas. Os Apurinã, que se autodenominam Popingá ou Kangitê, são um grupo de língua Aruak que habita a região do médio e alto rio Purus na Amazônia. Estima-se que a população total Apurinã esteja, atualmente, em torno de 2000 pessoas, conforme dados da FUNAI, em 2001, distribuídas em 49 comunidades nas regiões dos municípios de Boca do Acre (6 comunidades) e Pauini (43 comunidades), no Amazonas, ao longo da BR 317.

Para se conhecer mais sobre os Apurinã, pode-se ler na web: "Tronco velho, histórias apurinã", de Juliana Schiel (Unicamp). De acordo com a autora da tese, a história mais recorrente narrada pelos índios tinha como enredo a criação do mundo, em variadas versões. Elas falavam de Tsora, o “Deus” dos Apurinã, “criador de todas as coisas”. Também surgiram narrativas sobre a migração daquele povo. Uma delas falava da saída de uma terra sagrada, esta última localizada para além do mar. Encantados pelas frutas que encontraram pelo caminho, vários indivíduos optaram por se estabelecer antes de alcançar o destino final, decisão que teria lhes custado a imortalidade. Um aspecto que chamou a atenção de Juliana, que se valeu de um tradutor Apurinã, foi a beleza das histórias, construídas com sutilezas e contadas com habilidade dramática pelos índios, principalmente os mais velhos. Ao se referirem a animais, por exemplo, eles imitavam os sons dos bichos. “Em Apurinã, as histórias são quase que só onomatopéias”, revela. Atualmente, destaca Juliana, ocorrem reuniões cotidianas em comunidades e aldeias, durante as quais são feitas narrativas. Nessas ocasiões, os índios mascam uma folha denominada katsoparu, que poderia ser uma variedade da folha da coca, e tomam rapé (awire, em Apurinã), uma mistura de tabaco com cascas de árvores.

Os Apurinã da área 45 não possuem meios de telecomunicação. Para entrar em contato com eles: Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre - PESACRE, Rio Branco, AC - e-mail: pesacre@pesacre.org.br , ou através do seu representante comercial Amazon - Fairtrade (Michael F.Schmidlehner ME): michael@amazonlink.org fone/fax: +55 68- 3223 8085

Fonte: Jornal da Unicamp

Um comentário:

Unknown disse...

Enquanto isso num blog distante...

a hipocresia rola solta! Vamos defender o negros e chamar os índios de ignorantes!

Link da hipocrita:

http://sindromedeestocolmo.com/archives/2009/11/helena_vai_pro_tronco.html/#comments

Palavras da dona do blog:

Ah, pra terminar, eu sou politicamente correta ou tento ser, ao máximo. Acho completamente idiota essa idéia de que “o mundo ficou muito chato depois que a gente passou a se preocupar com o que diz”. Chato pra quem, cara-pálida?