30 de agosto de 2007

Inovação Social

São do universo indígena 28% das iniciativas sociais inovadoras finalistas do concurso "Experiências em Inovação Social" da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Fundação Kellogg. Após um rigoroso processo de seleção, estes 36 finalistas se destacam entre 2.600 inscrições provenientes de quase todos os países da Região.

Suas atividades são muito diversas, mas têm um denominador comum: a capacidade de se associarem para superar a pobreza e recobrar sua identidade cultural. Buscam uma participação crescente como cidadãos com direitos econômicos, sociais e culturais e como povos, com direitos coletivos.

Seus projetos se destacam devido à criatividade e inovação. São propostas que se apóiam na participação comunitária e podem ser replicadas em outros lugares com baixo custo, facilidade de operação e resultados. Em outras palavras, utilizam estratégias eficientes para melhorar sua qualidade de vida.

Entre 8% e 10 % da população total do continente é indígena, com mais de 400 grupos lingüísticos diferentes. São os mais pobres, têm menor acesso à saúde, educação, serviços básicos e água potável, as condições de vida mais precárias e escasso reconhecimento cultural.

* Decididos a revalorizar sua identidade e a mudar a imagem que a comunidade branca tem deles - associando-os à indigência e marginalidade -, as comunidades de Salta, Jujuy, Formosa, El Chaco e Santa Fé, na Argentina, armaram uma rede de comunicações. Hoje, 135 emissoras transmitem suas notícias, colhidas por correspondentes que vivem nas localidades. (Contato: Jorge Frías, E-mail: coordinacionrci@arnet.com.ar ; Tel.: (54) 3722-421600).

* Em uma reserva da Amazônia peruana, uma comunidade se associa a uma ONG cria um modelo de desenvolvimento sustentável que protege uma zona vulnerável e assegura a geração de renda de seus habitantes. (Contato: Javier Noriega, pronaturaleza@pronaturaleza.org . Tel: (51 65) 23-50-53).

* Uma comunidade de mulheres quechuas criou, com a ajuda de uma freira, uma empresa de tecidos feitos à mão com qualidade de exportação . Hoje vendem sua produção nos Estados Unidos e pensam em ingressar no mercado japonês. (Contato: Victoria Quispe, cip_victoria@yahoo.es ; Tel.: (51 51) 327589 e 322224).

* Uma cooperativa reúne 140 pequenos produtores descendentes de povos originários da Quebrada de Humahuaca, Jujuy, Argentina, para recuperar cultivos andinos. Hoje eles vendem mais de 40 variedades de batatas e diversos tipos de milho. (Contato: javierrodriguez@cauqueva.com.ar , Tel.: (54) 388 499 7185).

* No planalto peruano, um grupo de famílias de recursos escassos desenvolveu, com o apoio de uma ONG, uma tecnologia própria para cultivar trutas a mais de 4.000m de altura , possibilitando o complemento de sua renda. (Contato: Pedro Ramos Jara, iniquillach@hotmail.com , Tel: (51 51) 503690).

* No planalto boliviano, 777 famílias trabalham juntas para erradicar de suas terras uma erva venenosa que mata o gado e invade os cultivos, obrigando-as a emigrar para as cidades. (Contacto: Giannpierre Fiorilo, teléfono (591) 2 528 1288, giannpierre@yahoo.com mailto:giannpierre@yahoo.com).

* O Conselho Geral de Caciques Williche de Chiloé, ilha no sul do Chile, desenvolveu com as autoridades um modelo de gestão compartilhada de saúde que incorpora a cosmovisão indígena e os conhecimentos de medicina ancestrais à saúde moderna. (Contato: Manuel Muñoz Millalonco, ccchilwe@telsur.cl , Tel.: (56 65) 532-660 e 532-661).

* No departamento colombiano de Tolima, se aplica o modelo bicultural de medicina tradicional para os povos pijao e paéz. Eles incentivam as hortas de ervas medicinais, os medicamentos populares e o atendimento médico com a cosmovisão indígena.( Contato: cesarculma@hotmail.com , Tel.: (5798) 2625085).

* No estado do Amazonas, Brasil, uma ONG trabalha com os índios hupdäh, com um modelo de atendimento de saúde e educação que inclui o desenvolvimento de um alfabeto hup, o ensino da leitura e escrita, bem como a formação de agentes de saúde indígenas capazes de dar atendimento básico a enfermidades não conhecidas pela medicina da etnia. (Contato: Marina Machado, sslim@uol.com.br ; Tel.: (55 11) 5539-2968 e 5539-3803).

* Mulheres voluntárias da própria comunidade quechua capacitadas para auxiliar no problema da violência familiar e apoiar as vítimas no processo de denúncia e acompanhamento, trabalham em Cuzco. Elas se unem à comunidade a fim de promover uma mudança para uma vida melhor, envolvendo filhos, esposos, polícia, juizes e professores. (Contato: Rocío Franco, rfranco@idl.org.pe ; Tel.: (51 1) 422-0244).

Maiores informações sobre este concurso em espanhol, inglês, francês e português, bem como material multimídia, na página da CEPAL na internet. Contato: innovación.social@cepal.org . Telefones: (562) 210-2148/2451/2263.

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