O canto e o encanto do Uirapuru
Assim é contada a lenda amazônica do Uirapuru:
Havia na tribo Tupi um jovem que tocava maravilhosamente flauta. Apelidaram-no até de Catuboré, que significa "a flauta mágica". Não era bonito, nem tinha enorme charme. Mas por causa dos sons melodiosos de sua flauta era cobiçado por quase todas as meninas casadouras. No entanto, somente a simpática Mainá conseguira conquistar seu coração.
Marcaram o casamento para a primavera, quando na mata florescem as quaresmeiras roxas e amarelas e os fedegosos se enchem de vermelho.
Mas aconteceu uma tragédia. Certo dia... Catuboré, saiu para a pesca num lago, distante da maloca. Escureceu e ele nada de chegar. Mainá e suas amigas passaram a noite em claro, com o coração apertado de preocupação e de maus pressentimentos.
No dia seguinte, a tribo inteira se mobilizou, procurando-o por todos os caminhos. Finalmente, não muito distante do lago, encontraram o "flauta mágica" morto e enrijecido, ao pé de uma grande árvore. Logo entenderam: uma serpente venenosa lhe havia picado mortalmente a perna. Todos choraram copiosamente, de modo especial Mainá e as moças que tanto apreciavam os sons maviosos de sua flauta. Mas como estavam distantes da maloca e quase todos estavam ali presentes, resolveram enterrar Catuboré ali mesmo, ao pé da árvore que assistira sua morte.
Mainá, quando a saudade batia muito forte, vinha com suas amigas chorar sobre a sepultura do amado.Passaram-se várias semanas e as lágrimas não diminuíam. A alma de Catuboré, vendo a tristeza da namorada, não conseguia também ficar em paz. Chorava junto e lastimava o seu infortúnio. Pediu, então, ao espírito da mata que o transformasse num pássaro, mesmo que fosse pequenino e feio, contanto que fosse cantador, capaz de consolar Mainá. E foi transformado, então, no irapuru. Ele é parecido com Catuboré, pois não tem especial beleza, mas canta como ninguém na floresta, num som semelhante ao de sua flauta.
Hoje, tanto tempo depois, o irapuru continua a cantar, embora apenas ocasionalmente. Mas quando entoa seu canto belo e triste, todos os animais se sentem atraídos uns pelos outros, começam a namorar e a se beijar. Os demais passarinhos que também cantam e gorjeiam, respeitosos e atentos, se calam completamente. Só se escuta a voz dolente do irapuru, consolando sua amada.
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Havia na tribo Tupi um jovem que tocava maravilhosamente flauta. Apelidaram-no até de Catuboré, que significa "a flauta mágica". Não era bonito, nem tinha enorme charme. Mas por causa dos sons melodiosos de sua flauta era cobiçado por quase todas as meninas casadouras. No entanto, somente a simpática Mainá conseguira conquistar seu coração.
Marcaram o casamento para a primavera, quando na mata florescem as quaresmeiras roxas e amarelas e os fedegosos se enchem de vermelho.
Mas aconteceu uma tragédia. Certo dia... Catuboré, saiu para a pesca num lago, distante da maloca. Escureceu e ele nada de chegar. Mainá e suas amigas passaram a noite em claro, com o coração apertado de preocupação e de maus pressentimentos.
No dia seguinte, a tribo inteira se mobilizou, procurando-o por todos os caminhos. Finalmente, não muito distante do lago, encontraram o "flauta mágica" morto e enrijecido, ao pé de uma grande árvore. Logo entenderam: uma serpente venenosa lhe havia picado mortalmente a perna. Todos choraram copiosamente, de modo especial Mainá e as moças que tanto apreciavam os sons maviosos de sua flauta. Mas como estavam distantes da maloca e quase todos estavam ali presentes, resolveram enterrar Catuboré ali mesmo, ao pé da árvore que assistira sua morte.
Mainá, quando a saudade batia muito forte, vinha com suas amigas chorar sobre a sepultura do amado.Passaram-se várias semanas e as lágrimas não diminuíam. A alma de Catuboré, vendo a tristeza da namorada, não conseguia também ficar em paz. Chorava junto e lastimava o seu infortúnio. Pediu, então, ao espírito da mata que o transformasse num pássaro, mesmo que fosse pequenino e feio, contanto que fosse cantador, capaz de consolar Mainá. E foi transformado, então, no irapuru. Ele é parecido com Catuboré, pois não tem especial beleza, mas canta como ninguém na floresta, num som semelhante ao de sua flauta.
Hoje, tanto tempo depois, o irapuru continua a cantar, embora apenas ocasionalmente. Mas quando entoa seu canto belo e triste, todos os animais se sentem atraídos uns pelos outros, começam a namorar e a se beijar. Os demais passarinhos que também cantam e gorjeiam, respeitosos e atentos, se calam completamente. Só se escuta a voz dolente do irapuru, consolando sua amada.
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Em outubro de 1990, a estupenda cantora brasileira Tetê Espíndola, com uma bolsa da Fundação Vitae, em conjunto com Marta Catunda e Humberto Espíndola, viajou à Amazônia numa expedição em busca do canto do uirapuru, onde gravaram uma série de sons de pássaros. Depois de catalogados, e com parte das experimentações musicais feitas por Tetê na Amazônia, surgiu o disco Ouvir/Birds (1991). Tetê Espíndola uniu neste trabalho ciência e poesia. A ciência se deu ao lado do ornitólogo Jacques Viellard e sua equipe, numa fantástica expedição pela Floresta Amazônica. A poesia surgiu em momentos como o do aparecimento inesperado do Uirapuru. "A gente estava gravando em uma manhã, enquanto eu tocava craviola e de repente o Uirapuru apareceu. Todos os outros pássaros pararam de cantar e eu comecei a improvisar junto com ele, que me acompanhou nos graves e agudos". Os temas melódicos foram desenvolvidos a partir dos cantos de alguns pássaros gerando blues, jazz, valsa, salsa e até samba outros cantos serviram como inspiração temática ou para colagem, e alguns sons foram usados como instrumentos vivos nos arranjos musicais.
Para baixar as mp3 em arquivo rar, clique em: 1991 - Tetê Espíndola - Ouvir/Birds
Lado A - Céu aberto
01 Bico de brasa
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: arranjo e teclados
Tetê Espíndola: craviola solo e arranjo vocal
02 Quero quero
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Tetê Espíndola: arranjo vocal
03 Migração
(Arnaldo Black)
Cláudio Leal Ferreira: arranjo de teclados
Elias de Almeida: violão ovation
Paulo Taccetti: cello (spalla)
04 Tinguaçu
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Tetê Espíndola: craviola e arranjo
05 Uru
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo e violão
Tetê Espíndola: arranjo vocal
06 Seriema
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: teclados
Duo Fel: carrasqueira violões
Toninho: flauta
Lado B - Mata fechada
01 Sabiá verdadeiro
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: arranjo e teclados
02 Festa da curicaca
(Tetê Espíndola)
Ari Nascimento: baixo
Arnaldo Black: teclados e percussão eletrônica
Cláudio Leal Ferreira: teclados e percussão eletrônica
Guello: tumbadoras
Itamar Assumpção: algazarra
Tetê Espíndola: arranjo, craviola e algazarra
03 Garrincha da chuva
(Tetê Espíndola/Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Guello: percussão
Tetê Espíndola: arranjo
04 Jaó & Cia.
(Tetê Espíndola)
Marta Catunda : arranjo
Alzira Espíndola: vozes
Tetê Espíndola: vozes e arranjo
05 Colagem da mata
(Tetê Espíndola/Alzira Espíndola)
a) Ao uirapuru (Tetê) gravação na mata ao entardecer
b) Passarolando (Tetê) vocalize na mata, exercício matinal
c) Ressoando (Alzira/Tetê) improviso noturno de voz e craviola gravado na acústica da curva do rio Macauã
06 O encontro com o uirapuru
Momento do acaso da natureza dueto de Tetê com o uirapuru da terra gravado entre duas seculares seringueiras
Ficha Técnica:
Programação de sintetizadores e sequencer: Cláudio Leal Ferreira
Programação de sintetizadores e sequencer em Uru e samplagens: Arnaldo Black
Apoio e participação na pesquisa e audição dos pássaros: Marta Catunda
As gravações na mata foram realizadas por Jaques Villiard em sistema digital e gravador Nágara, nos seringais Serradinho e Providência; nos rios Macauã e Sena Madureira; e na fronteira do Acre com o Amazonas
FONTE: Blog Assum Preto / Site oficial: www.teteespindola.com.br
Contatos para shows com Tetê Espíndola:
>>> No Brasil: +55 11 32 88 32 92 luzazulbrasil@hotmail.com
>>> Na Europa: +33 1 49 85 96 89 multicrea@claranet.fr
Lado A - Céu aberto
01 Bico de brasa
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: arranjo e teclados
Tetê Espíndola: craviola solo e arranjo vocal
02 Quero quero
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Tetê Espíndola: arranjo vocal
03 Migração
(Arnaldo Black)
Cláudio Leal Ferreira: arranjo de teclados
Elias de Almeida: violão ovation
Paulo Taccetti: cello (spalla)
04 Tinguaçu
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Tetê Espíndola: craviola e arranjo
05 Uru
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo e violão
Tetê Espíndola: arranjo vocal
06 Seriema
(Tetê Espíndola)
Cláudio Leal Ferreira: teclados
Duo Fel: carrasqueira violões
Toninho: flauta
Lado B - Mata fechada
01 Sabiá verdadeiro
(Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: arranjo e teclados
02 Festa da curicaca
(Tetê Espíndola)
Ari Nascimento: baixo
Arnaldo Black: teclados e percussão eletrônica
Cláudio Leal Ferreira: teclados e percussão eletrônica
Guello: tumbadoras
Itamar Assumpção: algazarra
Tetê Espíndola: arranjo, craviola e algazarra
03 Garrincha da chuva
(Tetê Espíndola/Arnaldo Black)
Arnaldo Black: arranjo
Cláudio Leal Ferreira: teclados e arranjo
Guello: percussão
Tetê Espíndola: arranjo
04 Jaó & Cia.
(Tetê Espíndola)
Marta Catunda : arranjo
Alzira Espíndola: vozes
Tetê Espíndola: vozes e arranjo
05 Colagem da mata
(Tetê Espíndola/Alzira Espíndola)
a) Ao uirapuru (Tetê) gravação na mata ao entardecer
b) Passarolando (Tetê) vocalize na mata, exercício matinal
c) Ressoando (Alzira/Tetê) improviso noturno de voz e craviola gravado na acústica da curva do rio Macauã
06 O encontro com o uirapuru
Momento do acaso da natureza dueto de Tetê com o uirapuru da terra gravado entre duas seculares seringueiras
Ficha Técnica:
Programação de sintetizadores e sequencer: Cláudio Leal Ferreira
Programação de sintetizadores e sequencer em Uru e samplagens: Arnaldo Black
Apoio e participação na pesquisa e audição dos pássaros: Marta Catunda
As gravações na mata foram realizadas por Jaques Villiard em sistema digital e gravador Nágara, nos seringais Serradinho e Providência; nos rios Macauã e Sena Madureira; e na fronteira do Acre com o Amazonas
FONTE: Blog Assum Preto / Site oficial: www.teteespindola.com.br
Contatos para shows com Tetê Espíndola:
>>> No Brasil: +55 11 32 88 32 92 luzazulbrasil@hotmail.com
>>> Na Europa: +33 1 49 85 96 89 multicrea@claranet.fr
3 comentários:
Khipumarca, não seria possível repostar esse disco da Tetê? O link não funciona! Eu não consigo encontrar essse disco para comprar e ele não foi relançado em CD! Obrigado, e parabéns pelo blog!
Reitero o pedido ao Apólogo 11:
este álbum é raríssimo.
Por gentileza, reposte-o sim?
Um abraço, fico no aguardo.
Silvia
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