8 de março de 2008

As idiotices da ONU

Miguel Quispe e sua coca - foto de Martín Chambi, 1933

A congressista indígena, María Sumire de Conde, expressou seu mais enérgico rechaço ao pedido formulado por um organismo das Nações Unidas aos governos do Peru e da Bolívia de proibir a prática de mascar a folha de coca, bem como o uso industrial dessa planta. "A Junta Internacional da Fiscalização de Entorpecentes (Jife) da Onu faltou com respeito aos povos originários do Peru e da Bolívia que consomem a folha desde tempos imemoriais", disse a legisladora do Partido Nacionalista.

O organismo das Nações Unidas apresentou no último dia 4, em Bogotá, seu relatório anual 2007 onde pede aos governos da Bolívia e Peru para que adotem medidas, sem demora, para abolir os usos da folha de coca, incluindo a prática de mascá-la. Para a Jife, a mastigação da folha de coca teria um impacto no aumento do uso de drogas, especialmente entre os jovens.

Em resposta a estas polêmicas observações do organismo da Onu, a congressista Sumire disse que se desconhece os costumes ancestrais das comunidades camponesas com relação ao uso da folha de coca para fins medicinais, em seus trabalhos agrícolas e em suas práticas cerimoniais. Disse que a utilização da folha de coca é anterior a qualquer distorção que se registra hoje na sociedade atual.

Sobre o uso industrial, disse que no Peru e Bolívia, a folha de coca é usada amplamente como infusão e também na produção de pastas de dentes e com fins medicinais. Acrescentou que se se afirma que a folha induz ao vício também haveria de proibir a venda da uva ou da cana de açúcar, pois supostamente induziriam ao alcoolismo.

Para os povos originários, acrescentou, a coca é a folha sagrada e faz parte de sua identidade cultural. É usada nas cerimônias ancestrais, nos batismos e nos trabalhos agrícolas. Por isso, esse pedido da Jife merece nosso rechaço - concluiu.

A Asociación Boliviana de Información noticiou a respeito:

¨En la Reunión de las Naciones Unidas, que se realizará el lunes en Viena, Austria, la delegación boliviana defenderá la hoja de coca, rechazará la prohibición de la práctica del acullicu y planteará su despenalización, anunció el viceministro de Coca y Desarrollo Integral, Jerónimo Meneces.

"El objetivo central del Gobierno, es que la coca sea retirada de la lista de sustancias ilícitas de la Convención de la Organización de Naciones Unidas (ONU) y no se la siga penalizando", enfatizó la autoridad.

La delegación estará integrada por el viceministro de Relaciones Exteriores, Hugo Fernández, y el viceministro de Defensa Social, Felipe Cáceres, quienes rechazaran el informe anual sobre drogas 2007, de la Junta Internacional de Fiscalización de Estupefacientes (JIFE) de la ONU.

Explicó que la delegación oficial del Gobierno estará en Viena para plantear la despenalización de la coca, explicando y dando a conocer las sustancias nutritivas que tiene esta milenaria planta.

Insistió que uno de los objetivos de la asistencia boliviana en la reunión de la ONU que se realizará en Viena, Austria, es plantear la despenalización de la hoja de coca, como una de las principales inquietudes y políticas del presidente Evo Morales y, en ese marco, se demandará que se publiquen las investigaciones que realizó la Organización Mundial de la Salud (OMS) sobre la hoja.

Sobre la exhortación que hace la JIFE a los gobiernos de Bolivia y Perú de adoptar medidas para prohibir el consumo de mate de coca y el hábito tradicional del "acullicu" o "pijcheo", Meneces, dijo estar sorprendido por esa decisión, tomando en cuenta que el 2007 llegó al país, una delegación de la organización y conoció el significado que tiene la hoja de coca para los bolivianos.

"Sin embargo, consideramos que esta petición es fruto de la ignorancia y de la mentalidad arcaica de la FIJE", puntualizó el viceministro de Coca y Desarrollo Integral.
¨

Fontes: Adital, Peru 21, Portal Latino e ABI.

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