Txai
Mulher Araweté no tear / Indío Araweté produzindo instrumento de caça.
Expedição Disco Txai (Milton Nascimento). Instituto Sócio-Ambiental, 1989
Expedição Disco Txai (Milton Nascimento). Instituto Sócio-Ambiental, 1989
Aquarela em papel: Rubens Matuck
Em 90, pela CBS, Milton Nascimento lançou o álbum TXAI (você consegue baixar as mp3 clicando aqui), que louva o índio e sua cultura, a preservação das florestas e os amigos das matas. Milton ficou no topo da lista de world music da revista norte-americana Billboard com esse disco. "Txai", palavra da língua dos índios Kaxinawa, foi adotada por índios, seringueiros e ribeirinhos no Acre, como tratamento de respeito e carinho a todos os aliados dos povos das florestas. Na abertura, o vocal é de Milton e o texto e fala, de Davi Kopenawa Yanomami. O repertório reuniu ainda Txai e Benke (Milton e Márcio Borges), Baü Metóro e Baridjumokô (músicas originais do povo Kayapó do A-Ukre), Coisas da vida, Yanomami e nós e Que virá dessa escuridão? (Milton e Fernando Brant), Hoeiepereiga (música original do povo Paiter), Awasi (música original do povo Waiaãpi), A terceira margem do rio (Milton e Caetano Veloso), Sertão das águas (Milton e Ronaldo Bastos), Curicuri (livre interpretação do índio Tsaqu Waiãpi / texto e fala de River Phoenix) e Nozanina (H. Villa Lobos e Roquette Pinto). Esse trabalho foi produzido por Márcio Ferreira e teve a direção musical assinada por Milton. O álbum contou com as presenças especiais de Leonardo Bretas, River Phoenix e Marlui Miranda, com quem Milton fez dueto em Nozanina. Túlio Mourão, Robertinho Silva, Nivaldo Ornellas, Jurim Moreira, Jacques Morelenbaum,Wagner Tiso, Novelli e Ronaldo Silva são alguns dos músicos que participaram desse disco.
Milton Nascimento com Benki Pianko Ashaninka, por ocasião da visita do cantor à aldeia Apiwtxa
Foto: Beto Ricardo, 1989.
Foto: Beto Ricardo, 1989.
Txai (Milton Nascimento e Márcio Borges)
Tom: C
C
Txai é fortaleza que não cai
C6
Mesmo se um dia a gente sai
F7+
Fica no peito essa flor
Dm7 Am7
Txai neste pedaço em meu ser
G
Tua presença vai bater
D
E vamos ser um só
F7+ C
Lá onde tudo é e apareceu
F/G
Como a beleza que o sol te deu
C
Metade longe também sou eu
Txai a tua seta viajou
C6
Chamou o tempo e parou
F7+
Dentro de todos nós
Dm7 Am7
Já vai, ia levando meu amor
G
Para molhar teus olhos
F7+
E fazer tudo bem
Bb
Te desejar bom vento
C
Porque a tarde cai
Em7
Txai é quando sou o teu igual
Em6 Em7
Dou o que tenho de melhor
Em5+ G Em7
E guardo teu sinal
Em6
Lá onde a saudade vem contar
Em5+
Tantas lembranças numa só
F7+
Todas metades todos inteiros
G Bb A C
Todos se chamam Txai
Tudo se chama nuvem
C6
Tudo se chama rio
Dm7
Tudo que vai nascer
Am7
Txai onde achei coragem
G
De ser metade todo teu
D
Outra metade eu
F7+
Porque a tarde cai
Bb
E dona lua vai chegar
C
Com sua noite longa
F/G C
Ser para sempre Txai
D
Txai tudo se chama nuvem
D6
Tudo se chama rio
Em7
Tudo que vai nascer
Bm7
Txai onde achei coragem
A
De ser metade todo teu
Em7
Outra metade eu
G
Porque a tarde cai
C
E dona lua vai chegar
D
Com sua noite longa
A7/4 D
Ser para sempre Txai.
Perguntem ao Milton Nascimento por que deu o nome “Txai” a um dos seus mais belos CDs. O genial cantor e compositor vai responder que subiu o rio Juruá na companhia de Terri e seus amigos da floresta. Quando voltou da viagem, gravou o disco e fez um show antológico no Teatro Plácido de Castro. Dirá, certamente, que a música “Txai” é uma síntese da emoção e mensagem que se criam quando o homem, impregnado de dignidade e afeto, faz a vida acontecer pelo lado bom. (Elson Martins)
O que há para se ler: "O Índio Redescoberto".
Um comentário:
Marlui Miranda tem obra extensa e inigualável em contribuição aos Povos Indígenas. Milton Nascimento deu esta. Gilberto Gil com Marlui idem. Aqui acolá, outros artistas têm contribuido. Porém afirmo que a sociedade nacional está (ainda) muito a dever estes povos/grupos/etnias. Tomara que acordemos (ainda) em tempo. Ainda há apesar das tragédias nestes 510 anos de intenso barbarismos.
Ademario Ribeiro
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