28 de julho de 2009

A resistência de Teresa Antazú

“Vivo escondida enquanto aos corruptos a justiça os libera”

Entrevista/Teresita Antazú López. Cornesha (presidenta) da Unión de Nacionalidades Asháninka y Yanesha. Reconhecida por defender os direitos da mulher indígena durante mais de 30 anos.

Teresita Antazú é um dos cinco dirigentes regionais de Aidesep que têm ordem de captura por delitos de sedição e motim. Três deles estão asilados em Nicarágua. Antazú López rechaçou o oferecimento de asilo político e preferiu ficar no Peru. Esse mesmo dia passou à clandestinidade. .
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"Nesta condição foi entrevistada por "La República", pela jornalista Elízabeth Prado:

- Quando recebeu a primeira denúncia judicial?
- Foi em 18 de maio. Incluia a meus irmãos Alberto Pizango, Saúl Puerta Peña, Cervando Puerta Peña, Alberto Mugarra e eu. Nos citaram para o 4 de junho e todos nos apresentamos para dar nossa declaração. No dia seguinte se produziram os lamentáveis acontecimentos de Bagua.
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- Depois veio a ordem de detenção.
- Esse documento nunca nos chegou formalmente. Nos inteiramos pela imprensa que nos estavam buscando. Eu não sinto que haja transgredido a lei. Temos reclamado por nossos direitos, temos dito ao governo que queremos viver em paz, sem contaminação. A ordem de detenção me parece uma arbitrariedade.
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- Por quê decidiu entrar na clandestinidade e não optou pelo asilo político?
- Tenho minha própria convicção. Respeito a decisão de meus irmãos que estão asilados. Cada qual busca sua segurança. Entendo o caso de Alberto Pizango porque a princípio ele foi mostrado como o único culpado. No caso de Saúl e Cervando Puerta Peña também, porque eles vêm da zona onde ocorreu o conflito, de Bagua. Quanto a mim, sou dirigente antiga e minha organização precisa de mim, meus filhos precisam de mim. Eu decidi não asilar-me apesar de que me foi oferecido: “Conseguimos isto, decide e vamos embora”. Desde o princípio disse que não.
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- Entrar na clandestinidade significa também deixar seu cargo.
- Pressagiando o que poderia vir deixei tudo arranjado. A vice-presidência vai assumir responsabilidades para que nossos projetos caminhem. Eu não roubei, não matei, não estafei a ninguém, por isso me dói ter que viver escondida. Os que cometeram atos de corrupção como Rómulo León saem das prisões e estão em suas casas enquanto que eu tenho ordem de captura.
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- Até quando seguirá na clandestinidade?
- Estou esperando que se dêem as condições porque não penso em viver nesta situação toda a vida. Creio que a injustiça neste governo superou todo limite que pudéssemos imaginar.
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- Quem se ocupa de sua defesa legal?
- Aidesep e também Arpi. Além da associação feminista Flora Tristán. Eles estão buscando a mudança da ordem de captura pela de comparecimento. Se isso acontece seria suficiente para que nossos irmãos regressem ao Peru para colocar-se a direito.
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- O presidente García disse que as áreas concessionadas na selva são terras do Estado e que o território indígena é intocável.
- Nosso território é muito maior. O governo só reconhece como de propriedade indígena as áreas que o Estado titulou. Mas são muitas as comunidades que não possuem título apesar que o pedimos. Agora vemos que Cofopri está promovendo a titulação individual e isso nos afeta.
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- Você foi uma das pessoas que confiou nas mesas de diálogo com o Executivo.
- Sim, tive esperança em um bom final mas agora duvido. Assim como vão as coisas em algum momento isto se vai quebrar porque não acredito que nossos irmãos suportem ter a seus dirigentes perseguidos. Penso que a instalação destas mesas de diálogo é mais uma mexida do governo. Só nos estão contentando por un momento para que estejamos tranquilos. Depois, como já o disseram os novos ministros, entrarão com mão dura. Isto é uma ameaça. Creio que qualquer um o entende assim.
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- O conflito interno e as denúncias judiciais poderiam ferir de morte a Aidesep?
- Não. Há uma geração de jovens líderes que demonstraram muita força durante o levantamento amazônico. Eles asseguram a fortaleza do movimento. O fato de que estejamos perseguidos não é uma derrota, pelo contrário, é um triunfo porque ganhado visibilidade no Peru e no mundo.
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- Mas as denúncias contra vocês são muito sérias.
- Eu quero que me expliquem por quê me acusam de motim. Milhares de indígenas temos realizado marchas pacíficas em todas as regiões amazônicas. Todos teríamos que estar presos. Talvez o conceito que eu tenho sobre a resistência dos povos é diferente da que entende el Estado.
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- E como a entende você?
- É o direito a reclamar quando um governo não cumpre com a lei e não satisfaz as necessidades dos povos. Nos cansamos de reclamar com papéis, memoriais, projetos. O apoio do governo jamais chegou. Fizemos seguimiento aos famosos orçamentos participativos e constatamos que tudo fica nas cidades. Nada vai para as comunidades.
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CESE A LA PERSECUSIÓN DE TERESITA ANTAZÚ Y LOS DIRIGENTES DE AIDESEP

Los organismos de Derechos Humanos, las organizaciones feministas, las organizaciones de mujeres, los organismos defensores del medio ambiente y de la preservación de la vida y el ecosistema, y las organizaciones sociales firmantes:

1º - Expresamos nuestra preocupación y rechazo ante la injustificable e ilegítima orden de detención dictada por la juez provisional del 37º juzgado penal de Lima Dra. Carmen Arauco, contra la dirigente indígena, Presidenta Cornesha de la organización de la unión de nacionalidades Ashaninkas y Yanesha, Teresita Antazú López. A ella, madre de 7 hijos que fuera la primera dirigente femenina de AIDESEP pero que ahora no desempeña cargo nacional alguno, se le imputa el delito de haber acompañado al Presidente de AIDESEP y a otros dirigentes nacionales en la conferencia de prensa del 15 de mayo pasado reclamando la derogatoria de diversos decretos legislativos lesivos a los pueblos amazónicos del Perú.

2º - Informamos al país que Teresita Antazú al igual que otros dirigentes indígenas amazónicos rindieron su manifestación ante la citación hecha por la 44º Fiscalía Provincial Penal de Lima. Teresita Antazú lo hizo el 4 de junio pasado, sin eludir la convocatoria. Una nueva denuncia, sin citación alguna, sustentó el absurdo mandato de detención, así como la apertura de instrucción por los delitos de apología agravada de sedición y motín, cuando, además, la Sra. Antazú pertenece a una organización de la selva central y no ha participado en ningún hecho de sangre.

3º - Contrastamos indignados e indignadas el trato dado a corruptos y responsables de delitos de lesa humanidad, que se encuentran en sus propios domicilios y tienen toda clase de privilegios, mientras se persigue y maltrata la dignidad de los pueblos indígenas amazónicos y de las personas que los integran. Advertimos de la ilegitimidad de una negociación que se pretende dar en condiciones de persecución de los dirigentes representativos o buscando la división de la organización nacional y las organizaciones regionales que han defendido con valentía los derechos de sus pueblos y del país.

4º - Demandamos el cese de la persecución policial, judicial y política contra los y las dirigentes de los pueblos amazónicos. Ello es condición indispensable para que puedan participar en libertad y con garantías en las Mesas de Negociación y Diálogo propuestas por el gobierno central como parte de la solución al doloroso conflicto vivido por el atropello a sus derechos y el incumplimiento de la consulta previa establecida en el Convenio 169 de la OIT y la declaración de las ONU sobre Derechos de los Pueblos Indígenas.
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Perú, 22 de julio del 2009
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Fonte da Imagem: TV Cultura Hoje, 28 de julho, é dia de "fiestas patrias" no Peru. Que o povo peruano tenha consciência da enorme dívida de sua nação para com as comunidades indígenas e saibam lhes dar o devido valor.

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