29 de janeiro de 2010

O Manuscrito de Voynich

"O mundo não foi feito em alfabeto. Senão que primeiro em água e luz. Depois árvore. Depois lagartixas. Apareceu um homem na beira do rio. Apareceu a concha. E o mar estava na concha. A pedra foi descoberta por um índio. O índio fez fósforo da pedra e inventou o fogo pra gente fazer bóia. Um menino escutava o verme de uma planta, que era pardo. Sonhava-se muito com pererecas e com mulheres. As moscas davam flor em Março. Depois encontramos com a alma da chuva que vinha do lado da Bolívia - e demos no pé. (Rogaciano era índio guató e me contou essa cosmologia)."

Manuel de Barros - O Livro das Ignorãças (2001)

O Manuscrito de Voynich é um documento medieval ilustrado escrito em uma linguagem desconhecida. O documento foi batizado com o nome do americano de descendência polonesa Wilfrid M. Voynich, um comerciante de livros antigos que adquiriu o manuscrito em 1912 de uma escola jesuíta localizada nas proximidades de Roma.

Pesquisas posteriores apontaram para evidencias de que o primeiro proprietário do manuscrito poderia ter sido o Imperador Rodolfo II da Boêmia. Conhecido como um dos monarcas mais excêntricos da história da Europa é sabido que Rodolfo II foi um grande patrono e entusiasta da alquimia e astronomia.Desde sua aquisição em 1912 o manuscrito passou pelas mãos de vários especialistas. Criptologistas ingleses e americanos, especializados em quebrar códigos nazistas durante a Segunda Guerra, tentaram em vão decifrar se conteúdo. Evidências sugerem que o livro teria sido produzido no século XVII.

Um estudo de suas ilustrações indica que o manuscrito possa ser dividido em seis partes: ervas, astronomia, biologia, cosmologia, farmácia e receitas. Vejam fotos do Manuscrito em Flickr. Visitem o site The Voynich Manuscript.

A propósito, leiam também: "Dos Cometas do Nordeste aos Thesouros da Amazônia - Os Jesuítas João Daniel e José Monteiro da Rocha no Contexto das Ciências Naturais do Século XVIII", de Eulália Maria Aparecida Moraes dos Santos (UFPR).

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