23 de abril de 2009

Ritos Secretos


O esplendor das grandes festas religiosas no antigo Cusco é sugerido no seguinte trecho de Siegfried Huber:

“Cristóvão de Molina enumera quatro festas principais: a Capac-Raimi, ou festa do Inca e da Iniciação; a Situa, festa da purificação pelo fogo, que dava ensejo a desfiles noturnos e terminava com abluções (Sarmiento compara a Situa à festa de São João); a Inti-Raimi, ou festa do Sol; e a Amoray, a mais antiga de todas, durante a qual se desenrolavam estranhos ritos. A crer nas crônicas baseadas nos relatos dos amauta, Yupanki Pachakuteq mandara confeccionar uma corda de 292 metros de comprimento, formada de pedaços de lã multicor adornada de plaquetas de ouro. Era conservada no templo do Sol. Com grande pompa, os príncipes, em procissão, dirigiam-se ao recinto sagrado e, entre cantos e hinos, davam volta ao santuário com essa corda. Esse rito recordava um culto inka arcaico, mas sua origem desde muito se esquecera. Tratava-se de honrar a serpente mítica que guardava o segredo da vida e da morte nas entranhas da terra”.

Fonte: HUBER, Siegfried. O Segredo dos Incas. 2ª ed., Belo Horizonte, Ed. Itatiaia, 1962. Col. Descoberta do Mundo, n.9. Ver também: De Cuatro a Seis e "Amaru", de Daniel Sanchéz León (livro infantil sobre o mito de Amaru, disponível para leitura on-line). Imagem: Mira Bolivia

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