12 de junho de 2008

Centro de Memória Hunikuin


Estou indo para o Jordão, assessorando os projetos dos meus amigos e compadres hunikuins à frente do movimento indígena acreano. A comunidade da Terra Indígena Rio Jordão, em nome da Associação dos Seringueiros Kaxinawá do Rio Jordão (ASKARJ), realizará a inauguração festiva, no próximo dia 20 de junho, do "Centro de Memória Hunikuin dos Rios Yuraiá e Tarayá" na aldeia São Joaquim, Rio Jordão, município de Jordão - Acre, e a respeito nos escreve o líder José Floriano Sales, Bane Kaxinawa:

"No final do ano passado (2007) assinamos um convênio para finalização do projeto que já estava em andamento com a força da comunidade. Estamos, portanto, convidando nossos parceiros para inaugurarmos juntos a bela escola da floresta, onde repassaremos parte dos nossos conhecimentos a interessados. O Centro de Memória resulta da força de organização do povo Hunikuin. Para realizá-lo contamos com valiosos apoiadores como é o caso do governo estadual do Acre e o gabinete do Senador Tião Viana.

Nesta inauguração, estarão presentes todas as autoridades Hunikui dos quatro cantos do Acre, além de moradores e colaboradores do Breu, Purus, Envira e Tarauacá, uma confraternização que bem caracteriza essa forte união dos Kaxinawa em sua luta pelos direitos iguais na sociedade da floresta. No evento serão apresentadas festas tradicionais como Katxa Tirim e Nixi Pae. Estas festas marcam o início das atividades de um programa de formação do povo Hunikuin e demais interessados, que passa a ser realizado no Centro de Memória.

Tal iniciativa nos parece muito importante para todos os povos indígenas que dão a si seu próprio valor. Com ela demonstamos que os indígenas não precisam mendigar no "mundo dos brancos". E, mais do que isso, que podemos realizar, de modo coerente, a verdadeira autonomia de nossa identidade cultural.

Queremos participar, cada vez mais, das novas tecnologias renováveis, para não dependermos tão somente do mercado de fora. E também consolidar nossas parcerias com outras entidades nacionais e internacionais, em países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos. Assim, podemos trazer experiências para nosso povo e estado que fortaleçam nosso trabalho como um todo.

O Centro de Memória funcionará como uma universidade na floresta. Servirá para o intercâmbio de nossa sabedoria humana e também para avançar nos nossos conhecimentos milenares. Algo disso já se foi e agora queremos cuidar, cada vez mais e trabalhar conjuntamente com bons parceiros. No Brasil, muitas vezes somos tratados como pessoas "sem valor". Mas, recebemos variado apoio e muito respeito em outras regiões do mundo.

Esse projeto tem vários padrinhos importantes como meu avô Alfredo Sueiro Sales (In Memoriam), Txai Terry Aquino, o Governador Arnóbio Marques, meu pai Siã Kaxinawá e todos que acreditaram em nosso pensamento de futuro. Com este evento pretendemos agradecer o apoio do Governo do Estado. Viva a Florestania! Viva os Povos da Floresta! Viva a Nação Hunikuin! Viva o Acre! Viva todas as nações indígenas brasileiras! "

Bane Kaxinawa - Representante do Povo Kaxinawá da Terra Indígena Rio Jordão
contato: (68) 8111-7664 e kaxinawas@gmail.com

10 de junho de 2008

Transcendências


Fonte: YouTube

8 de junho de 2008

Acalanto



Pequena homenagem a Ismael Serrano e aos povos originários de America Latina:

"NANA PARA UN NIÑO INDIGENA"

Duerme mi cielo,

mi niño eterno, dueño del mundo,


mi corazón.


Despertarás y habrá acabado la larga noche


y su terror.


Vendrá la luz y el amanecer posará en tus labios


la esperanza que sueñan los pueblos originarios.




Sueña Pichiche,

con las praderas donde el manzano


ya floreció,


en esa tierra en que el huinca aprende


nuestros amores, los que olvidó.


Él allí comprenderá que tu gente quiera romper


las alambradas que cierran la ruta a Peumayen.




Duerme, mi pequeño,

que en el país al que vas dormido


escriben la verdadera historia los vencidos


No temas despertarte,


que la luz que se cuela por el tamiz de tus sueños


alumbra esta noche y limpia el cielo del mundo.


Duérmete y que vuestro sueño custodie el futuro.




Duerme mi wawa,

la Pachamama besa tu frente y en su interior


guarda su oro negro y volátil, para ofrecértelo a ti, mi amor.


Duerme que un sueño nos salvará de tanto olvido,


y espantará al águila que acecha al puma herido.




Dulce paal,

duerme tranquilo, que aquí a la selva no llegarán


el monstruo con dientes de acero, rencor y escamas y su ley marcial,


que a la tarde llegó un mensajero con pasamontañas


diciendo que traerá música y flores por la mañana.




Duerme, mi pequeño,

que en el país al que vas dormido


escriben la verdadera historia los vencidos


No temas despertarte,


que la luz que se cuela por el tamiz de tus sueños


alumbra esta noche y limpia el cielo del mundo.


Duérmete y que vuestro sueño custodie el futuro.


Glossário:

1.- Pichiche: Menino em idioma mapuche (indígenas do cone sul).

2.- Huinca: Homem branco em mapuche (originariamente era um termo para denominar aos ladrões de gado).

3.- Peumayen: Lugar sonhado en mapuche.

4.- Wawa: Bebê em quechua e aymara.

5.- Pachamama: Mãe terra em quechua.

6.- Paal: Menino pequeno em lacandón maya.

Fonte: DevianArt

7 de junho de 2008

As estrelas da bandeira brasileira


Cada estrela na Bandeira do Brasil representa um Estado da Federação. Todas as estrelas têm 5 pontas e não têm o mesmo tamanho; elas aparecem em 5 dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Estas dimensões não correspondem diretamente às magnitudes astronômicas mas estão relacionadas com elas. Quanto maior a magnitude da estrela maior é o seu tamanho na Bandeira.
  1. Acre (γ Hya, Constelação Hidra Fêmea) — Estado da região Norte, situado na Amazônia brasileira. De "áquiri", touca de penas usada pelos índios munducurus...
  2. Alagoas (θ Sco = Sargas, Constelação Escorpião) — Estado da região Nordeste. Parte da capitania de Pernambuco, Alagoas torna-se comarca em 1711 e separa-se deste em 1817, transformando-se em capitania autônoma e, depois, em província (1822) e Estado (1889). Seu nome tem tudo a ver com a paisagem de lá. É que esse estado é cheio de lagoas!
  3. Amapá (β CMa = Mirzam, Constelação Cão Maior) — Estado da região Norte, situado na Amazônia brasileira. Objeto de disputa territorial com os franceses, arbitrada em favor do Brasil em 1900. Passou a condição de Estado em 1988. "Ama'pá", árvore da família das apocináceas (Parahancornia amapa), de madeira útil e cuja casca, amarga, de látex medicinal, de aplicação no tratamento da asma, bronquite e afecções pulmonares, tendo seu uso externo poder resolutivo e cicatrizante de golpes e feridas...
  4. Amazonas (α CMi = Prócion, Constelação Cão Menor; estrela na extrema esquerda da bandeira) — Estado da região Norte, situado na Amazônia brasileira, o maior da Federação. Cedido a Portugal pela Espanha - Tratado de Madri, 1750. Elevado a província em 1850. Municípios mais populosos: Manaus, Parintins, Manacapuru etc. Nome de mulheres guerreiras que teriam sido vistas pelo espanhol Orellana ao desbravar o rio. Porém, para alguns historiadores, o nome origina de "amassuru", idioma tupi, águas retumbantes...
  5. Bahia (γ Cru = Gacrux, Constelação Cruzeiro do Sul) — Se você olhar no dicionário, vai descobrir que baía (sem o h) é um pequeno golfo. E um golfo é um pouquinho de mar que entra pela terra, exatamente como acontece no litoral baiano! Em rigor, o nome do Estado deveria ser Baía. No entanto, como a forma Bahia já estava "consagrada pelo consenso diuturno dos brasileiros", segundo as normas do Formulário Ortográfico, ela permaneceu com o "h" intermediário.
  6. Ceará (ε Sco = Wei, Constelação Escorpião) — do tupi siará, "canto da jandaia", um pequeno papagaio...?
  7. Distrito Federal (σ Oct, Constelação Oitante; menor estrela, aquela mais inferior na bandeira)
  8. Espírito Santo (ε Cru = Intrometida, Constelação Cruzeiro do Sul) — Teve esse nome tão "sagrado" porque seu primeiro governante, Vasco Fernandes Coutinho, desembarcou lá em 1535, em um domingo dedicado ao Espírito Santo!
  9. Goiás (α Car = Canopus, Constelação Carina) — do tupi "gwaya", nome dos índios guaiás, gente semelhante, igual...
  10. Maranhão (β Sco = Graffias, Constelação Escorpião; estrela na extrema direita da bandeira, sob o lema) — mar agitado... Do tupi "mba'ra" e "nâ", corrente, rio que semelha o mar, primeiro nome dado ao rio Amazonas...
  11. Mato Grosso (α CMa = Sirius, Constelação Cão Maior)
  12. Mato Grosso do Sul (α Hya = Alphard, Constelação Hidra Fêmea)
  13. Minas Gerais (δ Cru = Pálida, Constelação Cruzeiro do Sul) — Tem esse nome por causa das minas! Foi nesse estado brasileiro que aconteceu o Ciclo do Ouro, no século 16. Durante esse tal ciclo muito, muito ouro e outras pedras preciosas foram descobertos e explorados em Minas Gerais!
  14. Pará (α Vir = Spica, Constelação Virgem; parte superior da bandeira, acima do lema) — O estado ganhou esse nome por causa do rio Amazonas que, quando se encontra com um outro rio chamado Tocantins, fica tão grandão que parece um mar! Na língua tupi "pa'ra", significa mar, rio grande, caudal, designado do braço direito do Amazonas, engrossado pelas águas do Tocantins. Também prefixo utilizado no nome de diversos peixes e plantas...
  15. Paraíba, nome também do rio que banha sua capital (χ Sco = Girtab, Constelação Escorpião) — No nome desse estado entra novamente a palavra tupi "pa'ra", que a gente já sabe que significa mar, junto com "a'iba" que quer dizer ruim, mau, impraticável... Rio ruim, rio grande que não se presta à navegação (imprestável)...
  16. Paraná (γ TrA, Constelação Triângulo Austral) — Começa com a mesma palavra tupi que deu nome ao Pará, e que significa mar. Só que, junto dela foi colocada uma outra palavra tupi, "nã" ou "anã", que quer dizer: parecido, parente, semelhante. Ou seja, o Paraná foi batizado assim porque lá tem um rio bem grande que é "semelhante ao mar". Único dos três estados sulistas a ter nome de origem tupi...
  17. Pernambuco (μ Sco, Constelação Escorpião) — Do tupi "para'nã", rio caudaloso, rio grande, mar, e "pu'ka", gerúndio de "pug", que significa rebentar, estourar, encontro. Relativo ao furo, ou entrada, formado pela junção de dos rios; de quebra-mar (arrecifes). Pernambuco é o encontro de um rio grande como o mar. Ou melhor, de dois rios: o Beberibe e o Capiberibe...
  18. Piauí (α Sco = Antares, Constelação Escorpião) — veja na página Arte Rupestre!
  19. Rio de Janeiro (β Cru = Mimosa, Constelação Cruzeiro do Sul)
  20. Rio Grande do Norte (λ Sco = Shaula, Constelação Escorpião)
  21. Rio Grande do Sul (α TrA = Atria, Constelação Triângulo Austral)
  22. Rondônia (δ CMa = Muliphem, Constelação Cão Maior)
  23. Roraima (γ CMa = Wezen, Constelação Cão Maior) — Palavra de origem indígena que significa "terra do grande vento". Prefira chamar o Estado de "Rorãima", ao invés de "Roráima", pois do ponto de vista formal do idioma, não deve haver dúvida: a pronúncia recomendável é com som fechado, até porque, na língua portuguesa, os ditongos (grupo de duas vogais) que vêm antes de "m" e "n" adquirem o som nasal dessas consoantes. Por que a confusão, então? Ocorre que as tribos dominantes em Roraima - entre as quais as dos macuxis, uapixanas e taurepangues - dizem "Roráima", com som aberto, assim como a maioria dos habitantes da região.
  24. Santa Catarina (β TrA, Constelação Triângulo Austral) também levou o nome de uma igreja, dado por um tal de Francisco Dias Velho.
  25. São Paulo (α Crux = Acrux, Constelação Cruzeiro do Sul) ganhou esse nome por causa de uma igreja construída na cidade em 1554.
  26. Sergipe (ι Sco, Constelação Escorpião) — Estado da região Nordeste, o menor da Federação. Do tupi antigo "siri‘y-pe" ou "si'riupe", no rio dos siris, para o rio dos siris; primitivo nome do rio junto à barra da capitânia...
  27. Tocantins (ε CMa = Adhara, Constelação Cão Maior) — de "tukana" tucano e "ti" bico, nariz, saliência, logo bico de tucano... será uma referência ao formato do mapa geográfico? Estado da região Norte, criado de porção de Goiás pela Constituição de 1988.
Fonte: Observatório UFMG